Na 22ª Conferência Nacional, trabalhadores aprovaram pauta de reivindicações que prevê aumento real, manutenção dos direitos, defesa dos empregos e claúsula nova para regulamentar o home office.
Após um dia de debates, os 635 delegadas e delegados bancários de todo o país aprovaram neste sábado 18, durante a 22ª Conferência Nacional, a pauta de reivindicações da categoria, a ser negociada com a Fenaban (federação dos bancos) na Campanha Nacional deste ano. Entre os pontos estão aumento real de 5% e a manutenção de todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, além de várias reivindicações que estão na minuta 2020. A pauta será entregue à Fenaban na quinta-feira 23, às 14h30. O Diretor Coordenador-Geral do nosso Sindicato, Moisés Araújo foi o Delegado representante do Extremo Sul da Bahia na Conferência Nacional.
A categoria também aprovou a reivindicação de uma PLR de 3 salários mais parcela fixa de R$ 9.360,75; possibilidade de sindicalização eletrônica; cláusula nova garantindo direitos e condições de trabalho para a realização do home office; e a contribuição negocial no mesmo modelo de 2018. Sobre este último ponto, é importante ressaltar que, na consulta nacional, 96% concordaram que todos os bancários, sindicalizados e não sindicalizados, devem financiar a luta, uma vez que todos são beneficiados pelas conquistas da campanha.
“Nossa capacidade de organização nos garante que podemos fazer uma grande Campanha frente essa pandemia. Os Sindicatos já negociaram medidas de proteção à vida dos trabalhadores. Assim, conseguimos que mais da metade dos bancários em todo o país trabalhasse em regime de home office, garantindo a segurança desses trabalhadores. Só que os bancos, para reduzir custos, querem adotar definitivamente o home office para boa parte de seus empregados. Não podemos deixar que isso seja feito nas condições em que muitos trabalhadores se encontram hoje, e vamos reivindicar uma cláusula na CCT para que possamos debater condições dignas para o home office”, ressalta Moisés Araújo.
A distância não nos limita A campanha deste ano, por conta da necessidade de isolamento social na pandemia, será virtual, mas isso não irá enfraquecer a luta dos bancários. “Realizamos nossa Conferência Nacional de forma virtual, antes dela as conferências estaduais, os congressos nacionais do BB e da Caixa e os encontros de bancos privados também foram realizados virtualmente. Estamos utilizando a tecnologia a nosso favor, e mesmo na distância não vamos diminuir nossa disposição para lutar por nossos direitos. Nessa conferência nacional manifestamos nossa união na defesa da nossa CCT, e na defesa da democracia e de um país mais igualitário”, destaca Ivone Silva, Presidenta dó Sindicato de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando nacional dos bancários.
Moções aprovadas A 22ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou ainda algumas moções. Uma delas de solidariedade aos familiares das vítimas da Covid-19, que aponta a responsabilidade do atual governo federal na enorme proporção que tomou a pandemia no país: atualmente são quase 2 milhões de casos confirmados e mais de 75 mil vidas perdidas, “que foram ceifadas pela prática da atual necropolítica, uma política da morte aplicada pelo Estado, tirando vidas em busca de proteção do capital. A subnotificação, a censura na divulgação de dados estatísticos, a contra-campanha ao isolamento social, a resistência em tomar medidas drásticas em prol do povo e à revelia da economia, são alguns dos atos que comprovam esta política genocida, de um Governo que age de má fé, contra as orientações da Organização Mundial da Saúde, em flagrante ato criminoso contra a Saúde Pública do Povo Brasileiro”, diz o texto do documento.
Também foi aprovada moção de repúdio ao Santander Brasil que, desrespeitando compromisso estabelecido com os trabalhadores na mesa de negociação, está demitindo durante a pandemia: “Nós bancários, delegados da 22ª Conferência Nacional dos Bancários, queremos expressar nosso repúdio às práticas antissindicais do Santander ao descumprir acordos e não privilegiar o diálogo social. Resultado dessa postura, ocorreram demissões de mais de quinhentos e sessenta (560) trabalhadores em meio à pandemia, prática não adotada por nenhum banco no mundo e nem mesmo pelo Santander em outros países onde ele atua”.
Os bancários aprovaram ainda a moção de apoio ao meio-ambiente, aos povos indígenas e quilombolas: “Em apenas um ano e meio de erros e má fé do governo Bolsonaro o país que, desde a Conferência Rio-92, vinha se tornando uma referência na construção de políticas de proteção ambiental e de direitos indígenas perdeu sua credibilidade no mundo”.
Aprovaram também a moção Vidas negras importam, pelo fim da violência policial e do genocídio da população negra nas periferias.
Resoluções aprovadas A conferência aprovou também uma resolução em defesa do caráter público do BB e da Caixa e de seus papéis estratégicos no desenvolvimento econômico e social do país.
E ainda resolução pelo engajamento dos trabalhadores bancários nas eleições deste ano, no apoio a candidatos comprometidos com a pauta dos trabalhadores, para que um maior número desses candidatos sejam na prefeituras e câmaras municipais do país.
Os delegados e delegadas aprovaram ainda a resolução Fora Bolsonaro, pela democracia, respeito aos direitos e à vida.
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